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Foto do escritorBeca Tonello

CCBB SP RECEBE IX FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA

A seleção, dividida em duas etapas, terá 10 filmes que marcaram a trajetória do festival e uma mostra com 16 títulos que revelam o sertão brasileiro, incluindo obras de Geraldo Sarno e Glauber Rocha.


Evento será totalmente gratuito entre 29 de março e 16 de abril.

O FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA chega a sua nona edição apresentando uma programação especial e gratuita. Serão exibidos documentários que se destacaram nas últimas edições e a Mostra Brasil Profundo, uma seleção de produções nacionais que trazem um Brasil desconhecido por muitos de nós - o sertão mitológico, poético, indígena, africano, encoberto por lendas, festejos e cordéis. A idealização e curadoria do Festival são do músico e cineasta André Luiz Oliveira, com co-curadoria da produtora e diretora Carina Bini. O Banco do Brasil patrocina o projeto.

Este é o único festival de cinema no Brasil que investiga a subjetividade dos caminhos da consciência e do autodesenvolvimento através da arte cinematográfica. A seleção que será apresentada, traz ao público nacional a possibilidade de assistir a filmes cinematograficamente ímpares como também o acesso à aprendizagem e descobertas. “O que nos nutre é a possibilidade de promover a relação do cinema como arte mediadora entre o sentido estético e a experiência introspectiva de autoconhecimento”, diz o curador André Luiz Oliveira.

Desde sua criação em 2013, o Festival sempre reuniu documentários e ficções que estão em diálogo com a espiritualidade e autodescoberta, além de levar ao público questões pertinentes sobre o presente e as possibilidades de transformação pessoal. Contando com uma filmografia variada, o evento permite que seu público repense sua própria trajetória e descubra novos caminhos. Para isso, combina a arte cinematográfica com outras manifestações, como música e meditação. Em 2020 e 2021, devido às restrições impostas pela pandemia de COVID-19, o FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA teve edições totalmente online e gratuitas, que atingiram 60 mil pessoas no Brasil e no exterior com exibição de filmes, lives com os diretores e apresentações musicais. Além disso, foi realizada uma live com Alejandro Jodorowsky, considerado o "patrono" do festival por apresentar uma filmografia que dialoga com os processos de transformação pessoal do diretor.

A retrospectiva celebrando os 10 anos do FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA destaca filmes como o inusitado “Encontro com os Beatles na Índia”, de Paul Saltzman, que refaz sua jornada de 50 anos atrás, quando passou um período transformador de vida com os Beatles na moradia do guru Maharishi Mahesh Yogi. Ou ainda um trabalho do cultuado cineasta chileno-francês Alejandro Jodorowsky, “Psicomagia”, no qual ele aborda a técnica que criou e exerce de suposta cura espiritual.

“No Olho da Espiral”, longa de Raynald Leconte e Eve Blouin que foi exibido no BAFF (Big Apple Film Festival, em Nova York), conta com narração de Annie Lennox e capta a resiliência cultural e criativa do Haiti a partir da visão de seus artistas mais proeminentes. “No Fogo da Imobilidade Dançante”, de Renata Keller, questiona como é possível ter uma vida mais criativa e pacífica no planeta, enquanto “Sombras do Paraíso”, de Sebastian Lange, traz dois líderes da Meditação Transcendental – o icônico cineasta David Lynch e o discípulo dedicado Bobby Roth –, e documenta a transformação do movimento após a morte do fundador Maharishi Mahesh Yogi.

“Encontrando Joe”, de Patrick Takaya Solomon, tem como tema a “jornada do herói”, um padrão narrativo descoberto por Joseph Campbell, estudioso de mitologia, no começo do século XX. O filme aborda a jornada definitiva do herói: a da autodescoberta. O Brasil é representado por “Orin: Música para os Orixás”, de Henrique Duarte, que mostra como terreiros de Candomblé influenciaram e foram precursores de gêneros que deram origem ao samba, ao baião, e até́ mesmo ao funk carioca. Para entender melhor como funciona a resistência musical e espiritualista dos Orixás, diversos sociólogos, artistas e etnomusicólogos analisam as cantigas sagradas chamadas de Orin na linguagem ioruba. Também estão na retrospectiva os documentários “Dying to Know” (“Morrendo para Descobrir”), de Gay Dillingham; “Samadhi Road”, de Daniel Hey e Julio Hey; e “Mistura e Invenção”, de Iza Grispum. Haverá também a exibição do sexto episódio da série televisiva “Resto de Mundo”, “Marieta, Mãe do Mundo”, com direção de Diego Zanotti.

A outra mostra dentro do FESTIVAL INTERNACIONAL CINEMA E TRANSCENDÊNCIA é a Brasil Profundo, que trará um recorte único na história do evento, promovendo uma meditação sobre o “Ser e o Brasil”, por meio de filmes marcantes da nossa filmografia. “Estimular o autoconhecimento através da manifestação artística em todas as dimensões sempre foi uma característica do Festival. E, desta vez, a diferença é que o Brasil está em perspectiva pela conjunção de fatores históricos convergentes e pela necessidade de - a partir de uma imersão nas fontes da cultura artística popular brasileira ou inspirada nela com seus temas míticos/sociais -, vislumbrarmos a possibilidade da criação de um novo Brasil, um Brasil transcendente”, comenta André Luiz Oliveira.

O festival também trará para a tela do CCBB SP o clássico “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, obra-prima de Glauber Rocha, premiado com melhor direção no Festival de Cannes em 1969, que apresenta com maestria um estrato da sociedade brasileira injusta e violenta e, ao mesmo tempo, rica e poderosa na sua essência cultural. Uma das figuras mais importantes do cinema baiano, Geraldo Sarno, falecido em 2022, será lembrada com três curtas clássicos - “Jornal do Sertão”, “Padre Cícero” e “Vitalino” -, e seu último longa-metragem “Sertânia”, lançado em 2020.

Hermano Penna é outro diretor cuja obra está presente na seleção do Festival. Do cineasta cearense/baiano/candango serão exibidos o média-metragem “Nhô Caboclo e o Elo Perdido”, que apresenta a obra de Manuel Fontoura, o Nhô Caboclo, baseada nas manifestações culturais surgidas exclusivamente do encontro entre negros e índios e ainda desconhecidas por grande parte da população; e o longa “José de Julião: Muito Além do Cangaço”, que recupera a figura complexa do homem que foi de cangaceiro a político no sertão de Sergipe.

Tomando como referência o sertão e o cangaço no imaginário poético dos artistas brasileiros, o festival traz o curta-metragem de ficção “Porta de Fogo”, do cineasta baiano Edgard Navarro, que liga a rebeldia cangaceira à perseguição e morte do capitão Lamarca. E um documentário apresenta a história de um artista que é sinônimo do nordeste brasileiro: “Dominguinhos”, dirigido por Mariana Aydar e Eduardo Nazarian, sobre o extraordinário sanfoneiro, cantor e compositor.

O festival traz ainda o documentário “Mito e Música: A Mensagem de Fernando Pessoa”, da cineasta luso-brasileira Rama de Oliveira em parceria com o cineasta/músico André Luiz Oliveira. Do diretor baiano, também será exibido o documentário em curta-metragem “É Dois de Julho”, filmado em 1979. A cópia foi resgatada recentemente e terá exibição inédita. O filme trata da grande festa cívica baiana do “Caboclo e da Cabocla”, que comemora a guerra de independência do Brasil na Bahia com a expulsão definitiva dos portugueses. Além dos filmes, o evento em São Paulo contará com atividades culturais, como o Recital Música Indiana em homenagem aos Beatles, com Helder Araújo (Sitar) e Renato Herédia (Violao e Voz), que acontecerá em três datas; Música Indiana com Mantras, com o indiano Sagar Karahe (tabla) e Fábio Kidesh (sitar); o concerto A Mensagem De Fernando Pessoa, com André Luiz Oliveira (violão); e uma aula de Yoga com Mantras, com o indiano Sagar Karahe.



PROGRAMAÇÃO CCBB SP 29 DE MARÇO – QUARTA-FEIRA 17h30 – Atividade cultural – Sala de Cinema Recital: MÚSICA INDIANA em homenagem aos Beatles, com Helder Araújo e convidado 18h - “Meeting the Beatles in India (“Encontro com os Beatles na Índia”), de Paul Saltzman. EUA, 2020. Documentário. 82min. Livre. O cineasta Paul Saltzman refaz sua jornada de 50 anos atrás, quando passou um período transformador de vida com os Beatles na moradia do guru do Maharishi Mahesh Yogi, nas margens do rio Ganges. Em 1968, ele descobriu sua própria alma, aprendeu meditação, o que mudou sua vida, e conviveu com John, Paul, George e Ringo. Cinquenta anos depois, ele conecta-se com David Lynch sobre sua própria jornada interior, entre outros, que contribuíram para a realização deste filme, narrado por Morgan Freeman. 30 DE MARÇO – QUINTA-FEIRA 15h30 - “Samadhi Road”, de Daniel Hey e Julio Hey. Brasil, 2021. Documentário. 90min. Livre. A jornada de dois jovens irmãos que, em busca de sabedoria, autoconhecimento e espiritualidade, decidem levar perguntas atemporais a personalidades como Gilberto Gil, o saxofonista Sonny Rollins, a filósofa Agnes Heller e o líder espiritual Mooji. Desenhando um paralelo entre as primeiras experiências dos irmãos na Índia, ainda na infância, e a jornada interior dos entrevistados, o filme promove uma experiência imersiva em questões universais da vida humana. 17h05 – Atividade cultural – Sala de Cinema Bate-papo com o diretor do filme “Samadhi Road”, Julio Rey 18h – “Psicomagia”, de Alejandro Jodorowsky. França, 2019. Documentário. 100 min. 18 anos. Psicomagia é o nome que o escritor chileno dá a uma técnica por ele criada e exercida de suposta cura espiritual. A técnica é uma mistura de arte, psicoterapia moderna, filosofia oriental (em particular o zen budismo), misticismo, culturas antigas em geral, reencarnação, gnosticismo e Nova Era com uma influência especial de autores como Gurdjieff e Carlos Castaneda. Segundo Jodorowsky, a psicomagia não pretende ser uma ciência e sim uma forma de arte que possui virtudes terapêuticas. Vale lembrar que o conceito de arte de Jodorowsky é bastante particular. Para ele a finalidade da arte é curar. 31 DE MARÇO – SEXTA-FEIRA 15h - “Finding Joe” (“Encontrando Joe”), de Patrick Takaya Solomon. EUA, 2011. Documentário. 80 min. Livre. No início do século XX, ao estudar a mitologia mundial, Joseph Campbell descobriu um padrão escondido em todas as histórias já contadas que ele chamou de "a jornada dos heróis". Um filme verdadeiramente inspirador, Finding Joe nos leva à jornada dos heróis últimos: a jornada da autodescoberta. Ao matar dragões e descobrir tesouros, você pode achar que o Santo Graal que você procura está mais perto do que você pensa. 17h – Atividade cultural – Foyer da Sala de Cinema Concerto: Maísa Arantes e Marcelo Neder – ‘’Duo Outros Sertões’’, com rabeca e violão. 18h - “In the Eye of the Spiral” (“No Olho da Espiral”), de Raynald Leconte e Eve Blouin. Haiti, 2015. Documentário. 55 min. Livre. Narrado por Annie Lennox, o filme capta a resiliência cultural e criativa do Haiti através da visão de seus artistas mais proeminentes. A filosofia do "espiralismo" nos faz entender a inevitabilidade da criação quando enfrentamos o caos. Vencedor do Melhor Documentário Especial do BAFF (Big Apple Film Festival), em Nova York. 1º DE ABRIL – SÁBADO 16h – Atividade cultural – (O cortejo vai percorrer as instalações do prédio do CCBB SP). Cortejo Musical: com a rabequeira Maísa Arantes e convidados (rabeca, pifano, viola). 17h – “Orin – Música para os Orixás”, de Henrique Duarte. Brasil, 2018. Documentário. 74 min. Livre. A Música Popular Brasileira foi muito influenciada, ao longo do tempo, por terreiros de Candomblé, que foram precursores de gêneros que deram origem ao samba, ao baião, e até mesmo ao funk carioca. Para entender melhor como funciona a resistência musical e espiritualista dos Orixás, diversos sociólogos, artistas e etnomusicólogos analisam as cantigas sagradas chamadas de Orin na linguagem iorubá. 2 DE ABRIL – DOMINGO 15h – “Dying to Know” (“Morrendo para Descobrir”), de Gay Dillingham. EUA, 2015. Documentário. 125 min. 16 anos. Um retrato íntimo celebrando dois personagens muito complexos, de caráter controverso em uma amizade épica que moldou uma geração. No início de 1960 os professores de psicologia de Harvard Timothy Leary e Richard Alpert começaram a sondar os limites da consciência através de seus experimentos com psicodélicos. Leary tornou-se o guru do LSD, desafiando convenções, questionando autoridades e, como resultado gerou um movimento de contracultura. Alpert viajou para o Leste tornando-se Ram Dass, um professor espiritual para toda uma geração que continua, aos 80 anos, ensinando a entrega através da compaixão. Com entrevistas abrangendo 50 anos, o filme convida-nos para o futuro incentivando-nos a refletir com perguntas sobre a vida, as drogas e o maior mistério de todos: a morte. 17h30 - “In the Eye of the Spiral” (“No Olho da Espiral”), de Raynald Leconte e Eve Blouin. Haiti, 2015. Documentário. 55 min. Livre. 5 DE ABRIL – QUARTA-FEIRA 15h - “In the Fire of Dancing Stilness” (“No Fogo da Imobilidade Dançante”), de Renata Keller. Alemanha/Suíça, 2020. Documentário. 110 min. Livre. É possível viver uma vida mais pacífica e criativa em nosso planeta? Numa época em que o estado do planeta coloca questões importantes: Quanto vale a vida para nós? E o que ainda consideramos sagrado? Essas perguntas inspiraram a Diretora a encontrar a mística, filósofa e ativista popular indiana Vimala Thakar (1921 - 2009). Foi um encontro que a inspirou profundamente e mudou sua vida. Quase vinte anos depois, ela pesquisa o trabalho profundo desta mulher fascinante novamente no contexto de nosso tempo e traduz seu apelo urgente para o pensamento e ações holísticas em uma obra de arte cinematográfica. 17h - “Shadow of Paradise” (“Sombras do Paraíso”), de Sebastian Lange. Canadá, 2017. Documentário. 87 min. Livre. Com acesso íntimo a dois líderes da Meditação Transcendental – o icônico cineasta David Lynch e o discípulo dedicado Bobby Roth – o filme documenta a metamorfose do movimento após a morte do fundador Maharishi Mahesh Yogi. Tendo crescido dentro do movimento, o diretor Sebastian Lange aborda o assunto através de uma lente ensaística, buscando um significado pessoal em meio ao crescimento global transformador da TM. 6 DE ABRIL – QUINTA-FEIRA 14h - “Finding Joe” (“Encontrando Joe”), de Patrick Takaya Solomon. EUA, 2011. 16h30 - Atividade cultural - Sala de Cinema Meditação com flauta Ancestral Ney (Sufi), com Helder Araújo. 17h “Samadhi Road”, de Daniel Hey e Julio Hey. Brasil, 2021. Documentário. 90min. Livre. 7 DE ABRIL – SEXTA-FEIRA 16h – Atividade cultural – Sala de Cinema Recital MÚSICA INDIANA com flauta Bansuri, por Helder Araújo, em homenagem aos Beatles. 16h30 - “Meeting the Beatles in India” (“Encontro com os Beatles na Índia”), de Paul Saltzman. EUA, 2020. Documentário. 82 min. Livre. 8 DE ABRIL – SÁBADO 15h - Atividade cultural – Auditório Aula de Yoga com Mantras, com o indiano Sagar Karahe 16h - Sessão Curta: “Marieta, Mãe do Mundo” - Exibição do Episódio “Marieta, Mãe do Mundo”, da série de TV “Resto de Mundo”, de Diego Zanotti. Brasil, 2022. Documentário. 30 min. Livre. Três meses antes de uma mudança drástica na rotina de todo o planeta, lá estávamos, no profundo Brasil, encontrando mulheres de força e fé que nos diziam sobre o destino do mundo. No último episódio da série, viajamos pela caatinga baiana para encontrar Mãe Marieta, uma das parteiras mais antigas do Brasil, com 112 anos e cerca de 3 mil partos em toda sua vida. Marieta faleceu recentemente e se tornou referência de quem vive entre os mundos. Resto de Mundo é a Série que vai em busca de respostas para perguntas do futuro. 16h40 – Atividade cultural - Auditório Música Indiana com Mantras, com o indiano Sagar Karahe (tabla) e Fábio Kidesh (sitar) 17h30 – “Mistura e Invenção”, de Iza Grispum. Brasil, 2002. Documentário. 74 min. Livre. Mistura e Invenção propõe uma imersão na caleidoscópica cultura brasileira, ao mesmo tempo única e diversa; exuberante e sofrida; uma experiência singular no panorama mundial. Com imagens captadas pelo Brasil, rico material de arquivo e depoimentos de intérpretes privilegiados da literatura e da música do país, Mistura e Invenção tece a trama de uma mensagem brasileira para o futuro. 9 DE ABRIL – DOMINGO 16h - Sessão Curta: NO PAÍS DA POESIA POPULAR (“O Folheto e o Repente” e “O Jornal do Sertão”). SESSÃO ACESSÍVEL ”O Folheto e o Repente” (No País da Poesia Popular), de José Araripe. Brasil, 2022. Documentário. 30 min. Livre. O escritor Bráulio Tavares apresenta o universo da xilogravura, cantoria e do cordel, fazendo uma jornada inédita pelo País da Poesia Popular. A cantoria dos violeiros repentistas é “o lado b” da Literatura de Cordel, à qual forneceu os modelos de versos e de estrofes. Os cantadores são celebrados nos folhetos através das famosas ‘Pelejas” reais ou imaginárias. A musicalidade dos violeiros se reflete na riqueza de formas das cantigas. Cordel e Cantoria nasceram juntos, crescerem lado a lado, com seus desafios heroicos e seus embates memoráveis. “Jornal do Sertão” (No País da Poesia Popular), de José Araripe. Brasil, 2022. Documentário. 30 min. Livre. O escritor Bráulio Tavares apresenta o universo da xilogravura, cantoria e do cordel, fazendo uma jornada inédita pelo País da Poesia Popular. Noticiar os fatos marcantes foi, sempre, uma das principais utilidades do Cordel. Ele herdou um certo sensacionalismo e tom melodramático da imprensa popularesca da Europa dos séculos 18 e 19, com os registros de crimes bárbaros, catástrofes naturais, acontecimentos bizarros e espantosos. Além, é claro, dos principais eventos sociais e políticos do país, que os poetas explicam e interpretam para a sua plateia. 12 DE ABRIL – QUARTA-FEIRA 15h - Sessão O Cangaceiro, Ficção e Realidade. Exibição dos filmes “Porta de Fogo” e “José de Julião: Muito Além do Cangaço” “Porta de Fogo”, de Edgard Navarro. Brasil, 1982. Ficção. 21 min. 18 anos. À luz da literatura de cordel, o filme inventa encontro entre Lamarca e Lampião, numa celebração entre dois homens em delírio no transe final. O sol de parte, a terra trema, o visível se nega e a última batalha não se trava, metáfora de transcendência: uma fenda se abre no céu, entre dois mundos. “José de Julião - Muito além do Cangaço”, de Hermanno Penna. Brasil, 2016. Documentário. 72 min. 12 anos. Zé de Julião era um homem complexo. Sendo um jovem muito rico, ele decidiu se tornar cangaceiro aos 30 anos, e logo após se tornou um grande empreiteiro e líder político respeitado em Sergipe. Por conta de suas posições e opiniões incisivas, entrou em confronto com diversos coronéis da região, o que colocou um ponto final em sua trajetória 17h - “Dominguinhos”, de Mariana Aydar, Eduardo Nazarian e Joaquim Castro. Brasil, 2014. Documentário. 84 min. Livre. A vida e a obra de Dominguinhos (1941-2013), um dos maiores mestres da música brasileira, intercalando imagens de arquivo e passagens de shows, com encontros musicais exclusivos. O filme tem a participação de artistas renomados, parceiros da vida de Dominguinhos, como Gilberto Gil, Gal Costa, Hermeto Pascoal, Nara Leão, Djavan, Luiz Gonzaga, Yamandu Costa e Hamilton de Holanda, entre outros. Um retrato do sanfoneiro, cantor e compositor e uma homenagem ao autor de sucessos como "Eu Só Quero um Xodó", "Gostoso Demais", "De Volta Pro Aconchego" e "Lamento Sertanejo". 13 DE ABRIL – QUINTA-FEIRA 15h - Homenagem a Geraldo Sarno: Sessão de Curtas O Caboclo e o Brasil Profundo. Exibição dos filmes “Vitalino”, “Padre Cícero”, “Jornal do Sertão” e “É Dois de Julho”. “Vitalino”, de Geraldo Sarno. Brasil, 1967. Documentário. 9 min. 12 anos. Este curta-metragem documenta o trabalho de criação manual de uma estatueta em barro do cangaceiro Lampião, feita em Caruaru, Pernambuco, pelo artesão Manuel Vitalino dos Santos, filho de Mestre Vitalino, célebre artesão do Nordeste brasileiro. Em contraste com a crise das formas tradicionais de produção do artesanato popular, o mito de Lampião sobrevive no trabalho criativo e artesanal de Vitalino, assim como nos versos improvisados do cantador Severino Pinto. “Padre Cícero”, de Geraldo Sarno. Brasil, 1972. Documentário. 10 min. Livre. Este curta-metragem sobre padre Cícero Romão Baptista (1844-1934), histórico líder religioso e político do Vale do Cariri, Ceará, contrapõe imagens da região no final da década de 1960 com imagens filmadas por Alexandre Wulfes em 1925, que mostram padre Cícero sendo aclamado em Juazeiro do Norte. Jornal do Sertão”, de Geraldo Sarno. Brasil, 1967. Documentário. 13 min. Livre. Criada nos improvisos dos cantadores ou escrita para ser cantada nas feiras e fazendas, a literatura popular em versos é o jornal mais lido do sertão. Este curta-metragem documenta essa literatura cantada nas feiras de Caruaru, Campina Grande, Juazeiro do Norte e Crato. Desse modo, o filme revela a força cultural da literatura popular em versos como expressão do pensamento e da cultura do sertão. “É 2 de Julho”, de André Luiz Oliveira. Brasil, 1979. Documentário. 12 min. Livre Curta que mostra a grande festa cívica baiana do “Caboclo e da Cabocla” que comemora a guerra de independência do Brasil na Bahia com a expulsão definitiva dos portugueses. Filmado em 1979, sua cópia "perdida" foi resgatada recentemente e terá exibição inédita nesta edição do Festival. 16h30Homenagem a Geraldo Sarno:Sertânia”. Brasil, 2020. 97 min. Ficção. 12 anos. Último filme dirigido por Sarno. Antão é ferido, preso e morto quando o bando de Jesuíno invade a cidade de Sertânia. A mente febril e delirante de Antão rememora todos os acontecimentos. 14 DE ABRIL – SEXTA-FEIRA 14h - “Agostinho da Silva: Um Pensamento Vivo”, de João Rodrigo Mattos. Brasil, 2006. Documentário. 95 min. Livre. Marcado pelo gosto do paradoxo, pela independência e inconformismo das ideias e por invulgares dons de comunicação oral e escrita, a figura ímpar de Agostinho da Silva desenha-se num singular misto de sábio, visionário e homem comum, no qual o pensamento e a vida se confundem. Este filme, percorre o trajeto biográfico, a vida e a obra deste grande pensador e humanista luso-brasileiro. 16h45 – Atividade cultural - Sala de cinema Concerto A Mensagem de Fernando Pessoa, com André Luiz Oliveira (violão) seguido de bate-papo sobre os bastidores do processo criativo, com os diretores do filme “Mito e Música: A Mensagem de Fernando Pessoa”, André Luiz Oliveira e Rama de Oliveira. 17h45 - “Mito e Música: A Mensagem de Fernando Pessoa”, de Rama de Oliveira e André Luiz Oliveira. Brasil, 2018. Documentário. 92 min. Livre. O grande poeta português Fernando Pessoa passou 22 anos da sua vida (de 1912 a 1934) escrevendo, entre outros textos, os 44 poemas da “Mensagem”, único livro que publicou em vida. André Luiz Oliveira levou 30 anos (de 1985 a 2015) para concluir a gravação das 44 músicas de cada poema do livro. 15 DE ABRIL – SÁBADO 13h – “José de Julião - Muito Além do Cangaço”, de Hermanno Penna (2016, 72min). 18 anos. (Homenagem Hermano Penna) 14h30 - “Nhô Caboclo e o Elo Perdido”, de Hermanno Penna. Brasil, 2002. Documentário. 55 min. Livre. (Homenagem Hermano Penna) Por meio da obra do artista plástico Nhô Caboclo, o documentário investiga o encontro entre negros e indígenas. Para isso, ele embarca em uma viagem pelas diferentes manifestações culturais nascidas nas matas, nas aldeias e quilombos, longe dos olhos dos brancos, intercalando os depoimentos de historiadores, pajés, pais de santo, pessoas que conviveram com o artista Manuel Fontoura, antropólogos como Joel Rufino dos Santos, Lélia Coelho Frota, Olympio Serra, Renato Athias, Ordep Serra e Muniz Sodré. 15h30 – Atividade cultural – Sala de Cinema Bate-papo com o diretor Hermanno Penna e o curador do Festival, André Luiz Oliveira 16 DE ABRIL – DOMINGO 14h30 - “Cavalgada à Pedra do Reino: Missão e Festa de Ariano Suassuna”, de Inez Viana. Brasil, 2022. Documentário. 23 min. Livre. O curta que faz um recorte inédito da festa popular "Cavalgada à Pedra do Reino", e conta com depoimentos raros de Ariano Suassuna que explica como a história de seu livro estimulou a existência desta festa popular. 16h - “O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro”, de Glauber Rocha. Brasil, 1969. Ficção. 95 min. 14 anos. Antônio das Mortes é um antigo matador de cangaceiros que é contratado por um coronel para matar um beato agitador. Ele confronta sua vítima, mas decide poupar sua vida. Mais tarde, ele resolve apoiar a causa do povo contra os desmandos do coronel.



fonte: Sinny Assessoria e Comunicação

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