Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados pela internet ou presencialmente.
Na próxima terça-feira (18), o roteiro robusto do filme sul coreano, Aloners (2021), ganha a tela do Sesc Santana. A montagem marcou a estreia da diretora e roteirista Hong Sung-eun, e foi recebido de forma positiva por público e crítica ao explorar as contradições da solidão moderna. Em tempos de oferta tecnológica comunicacional desenfreada, a protagonista, Jina, sucumbe à incomunicabilidade.
O projeto Vozes Amarelas
A projeção que o cinema asiático ganhou nos últimos anos é latente e, para além da difusão, fez emergir discussões correntes sobre a intersecção entre classe, gênero e identidade étnica dentro e fora destas sociedades. Entre os dias (4) de junho e (9) de julho o diálogo intercultural promovido pela arte cinematográfica desembarca no Sesc Santana com o projeto “Vozes Amarelas: O Leste-asiático por diretoras mulheres”.
Partindo da centralidade de produção do cinema por pessoas amarelas, o projeto rejeita a homogeneização cultural e os estereótipos a que mulheres asiáticas são submetidas pelo ocidente, o “vozes” traz a perspectiva da mulher asiática no contorno, e no seio, de questões contemporâneas.
Emprestam gabarito à mostra diretoras como as chinesas Zheng Lu Xiuyuan e Vivian Qu, as sul-coreanas Hong Sung-eun e Yoon Dan-b, e as japonesas Kinuyo Tanaka e Chikako Yamashiro. A curadoria foi idealizada pela mestra em literatura e cultura japonesa Cacau Ideguchi.
Apesar da pouca circulação nos cinemas do Brasil, e restritos nas plataformas de streaming, o público ganha a oportunidade de acessar uma filmografia que esteve presente em diversos festivais pelo mundo, mas, de modo geral, ainda guarda um ar de ineditismo frente ao expectador brasileiro.
Rua secreta – 04/06
(Dir. Vivian Qu, 2013, China, ficção, 93 min, LEG, 10 anos)
Qiuming, um jovem cartógrafo que trabalha para uma companhia de mapas digitais, descobre uma rua sem saída que não aparece no sistema de mapas de Nanjing. Curioso, ele começa a visitar o local e faz amizade com Lifen, uma jovem que trabalha num prédio misterioso da área.
Uma nuvem no quarto dela – 11/06
(Dir. Zheng Lu Xinyuan, 2020, China, drama, 102min, LEG, 18 anos)
Muzi volta para casa para o Ano Novo Chinês. Um dia, ela acompanha sua irmã mais nova à escola e conhece um homem que a faz lembrar de um velho amigo. Ao mesmo tempo, seu namorado chega para uma visita. Vagando por essa cidade que lhe parece tão familiar, mas distante, Muzi procura um lugar ao qual pertença.
Aloners - 18/06
(Dir. Hong Sung-eun, 2021, Coreia do Sul, ficção, 91 min, LEG, 12 anos)
Jina, que trabalha no atendimento de uma operadora de cartão de crédito, evita estabelecer relacionamentos próximos, optando por morar e trabalhar sozinha. Um dia, o seu irritante vizinho é descoberto morto, e as relações que Jina decidiu negligenciar no passado começam a incomodá-la.
Moving on – 25/06
(Dir.: Yoon Dan-bi, 2019, Coreia do Sul, drama, 104 min, LEG, 12 anos)
Durante as férias de verão, o pai de Okju e Dongju os leva para a casa do avô. Enquanto Dongju se adapta à casa, sua irmã Okju se sente estranha nesse novo ambiente. Quando a tia recém-divorciada também chega para buscar refúgio, Okju passa mais tempo com a família, e passa a ver o lugar com outros olhos.
Para sempre uma mulher – 02/07
(Dir. Kinuyo Tanaka, 1955, Japão, drama, 106 min, LEG, 14 anos)
Ao adaptar a história da vida real da poeta Fumiko Nakajo, Kinuyo Tanaka e a roteirista Sumie Tanaka investigam questões de mortalidade, sexualidade e independência feminina com uma franqueza e audácia sem precedentes no cinema japonês do pós-guerra.
Mud Man - 09/07
(Dir. Chikako Yamashiro, 2017, Japão, ficção, 26 min, LEG, 12 anos)
Uma comunidade é atingida por dejetos de pássaros, que aparentam ser bolos de lama caindo do céu. Estes dejetos acordam os adormecidos, que passam a ouvir vozes e recitar poemas sobre a história, a natureza e sobre outras comunidades. O curta foi gravado em Okinawa, comunidade da diretora Chikako Yamashiro, e na ilha Jeju, na Coreia do Sul.
Your Voice Came Out Through My Throat – 09/07
(Dir. Chikako Yamashiro, 2009, Japão, ficção, 7 min, LEG, 12 anos)
Yamashiro potencializa as histórias dos sobreviventes da batalha de Okinawa através da sobreposição de imagens e audios, com a técnica do "lip-sync". Oferecendo seu corpo como um arquivo vivo, ela é o palco de uma conexão entre os causadores e os herdeiros de um trauma e, no fim das contas, da impossibilidade de transferir memórias através de gerações.
fonte: Sesc SP
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