“Rita Varmel à Procura do Rusdimepe” – Obra da autora Gisele Joras, lançada pelo selo IBEP da Companhia Editora Nacional, traz encantamento e desperta a imaginação do público infantojuvenil
Roteirista e escritora, com peça premiada no "Samphire Festival", na Inglaterra, e autora de três novelas, Gisele Joras se aventura em novo segmento: a literatura infanto-juvenil. “Uma criança que lê tem um universo à disposição”, diz. Gisele acaba de lançar a primeira obra da trilogia “Rita Varmel”, pelo IBEP, selo da Companhia Editora Nacional, e foi escolhida pelo Prêmio PNLD. Com a literatura fanstástica, a Geração Z, dos nascidos a partir de 1995, encontrou um refúgio fora das telas dos celulares e do streaming. Segundo dados do Instituto de pesquisas Nielsen, o filão da fantasia young adult — os jovens entre 16 e 24 anos — registrou, em 2020, um crescimento de 61% no Brasil, com mais de 1,5 milhão de títulos vendidos. “A partir do momento em que uma criança descobre que, através de um livro, sua mente é capaz de criar imagens únicas, uma espécie de filme particular em sua cabeça, o prazer pela leitura se estabelece. Uma boa história é fundamental para captar a atenção do leitor e enriquecer a imaginação.”, diz Gisele, animada com o lançamento de “Rita Varmel - À Procura do Rusdimepe”.
Confira um bate papo sobre o livro, a literatura e o universo infantojuvenil com a autora Gisele Joras:
-Quais foram as suas inspirações para fazer o livro “Rita Varmel à procura do Rusdimepe”?
Inicialmente, o livro seria sobre o universo dos vampiros sob o ponto de vista de uma menina de dez anos. Comecei a esboçar a trama quando, a certa altura, surgiu a idéia de escrever sobre um órfão de super-heróis que perde sua capa. Seriam dois livros diferentes, mas me dei conta de que essas premissas, juntas, formariam uma boa história, e fiquei muito motivada com o projeto. Foi assim que nasceu o livro.
-A inspiração para os nomes das personagens e do universo mágico, como a pedra Rusdimepe, de onde vieram?
Costumo imaginar cada personagem como uma pessoa real, alguém que me tomasse como confidente e me revelasse seus segredos. O nome vem junto, de forma natural, e geralmente é a primeira informação que o leitor recebe sobre o personagem. Ele tem um efeito subliminar, ajudando a convencer o leitor de que se trata de um indivíduo, um ser vivo, diante dele. Quanto à inspiração para o universo mágico, as ideias surgem de muitas maneiras, nascem de muitas fontes, mas minha principal motivação para criar uma história é a vontade de saber mais a respeito daquele universo, ou seja, escrevo um livro que eu gostaria de ler. Sobre o termo “rusdimepe”, sempre tive o hábito de brincar com as palavras, criar palavras novas, e foi dessa forma que ele surgiu.
-Quais são os desafios de ser uma autora de literatura fantástica no universo brasileiro?
Quando estou criando uma história, sigo minha inspiração pessoal, e é nela que me concentro. Não penso em desafios.
-Sente mais prazer escrevendo novelas ou livros? Como percebe essa diferença?
São processos muito diferentes, ritmos de trabalho bastante distintos, e cada um me proporciona um tipo de satisfação. Um roteiro estabelece como a história será mostrada para o espectador, um livro conta uma história para o leitor. O ritmo da televisão é industrial, o autor precisa entregar um capítulo por dia, e é possível saber como o público está reagindo a cada momento. Através dos aparelhos de medição minuto a minuto, o autor de novela observa o que acontece com sua obra no mesmo momento que o espectador a vê pela primeira vez, e pode orientar seu trabalho posterior com essa informação. Isso não acontece nem na literatura, nem no teatro, nem no cinema. Além disso, o resultado de uma novela decorre de um trabalho de equipe, são muitas pessoas envolvidas. Um livro é um trabalho completamente autoral, o resultado depende só do autor. É uma ligação muito profunda e íntima.
-As crianças são mesmo um público especial? Como tem sido a receptividade com “Rita Varmel à procura do Rusdimpe”?
As crianças são um público especial, sim. O curioso é que meu primeiro trabalho como roteirista de televisão foi para um programa infantil do Canal Futura, chamado “Teca na TV”. Agora, muitos anos depois dessa experiência, estou lançando um livro infantojuvenil, o primeiro de uma trilogia cujo segundo volume já está a caminho (a previsão é de que seja lançado no próximo ano). A receptividade em relação à Rita Varmel tem sido excelente. Escrever para crianças é muito gratificante, saber que minha obra está colaborando para o desenvolvimento do hábito da leitura nesse novo público é uma enorme felicidade.
-Acredita que as pessoas lêem pouco em nosso país?
Sim, infelizmente ainda se lê muito pouco no Brasil. Por isso a importância de se investir no hábito da leitura desde cedo.
-É fácil viver da escrita num país como o Brasil?
O campo de trabalho de um autor é muito amplo. Podemos escrever para televisão, teatro, cinema, literatura.
-Nesses tempos tecnológicos, o desafio de um autor infantil se torna maior para prender a atenção das crianças ou você acha que basta uma boa história para captar a atenção delas?
A partir do momento que uma criança descobre que, através de um livro, sua mente é capaz de criar imagens únicas, uma espécie de filme particular em sua cabeça, o prazer pela leitura se estabelece. Uma boa história é fundamental para captar a atenção do leitor, enriquecer sua imaginação.
-Quais são as suas principais referências na literatura?
São várias. Machado de Assis, Oscar Wilde, Clarice Lispector, Thomas Mann, Virginia Woolf, João Ubaldo Ribeiro e muitas outras.
-Um livro infantil inesquecível?
Todos os livros que li na infância foram importantes, mas os primeiros, como “A fada que tinha ideias”, de Fernanda Lopes de Almeida, e “A bruxinha que era boa”, de Maria Clara Machado, são inesquecíveis. Lembro perfeitamente da sensação de ler cada um deles.
-Qual foi o (a) personagem infantil que mais marcou a sua vida? Sabe dizer o porquê?
Muitos marcaram minha vida, mas lembro que eu adorava o Nicolau (de O pequeno Nicolau), de René Goscinny, ilustrado por Jean-Jacques Sempé. Entre outras coisas, eu gostava muito do modo como a rotina escolar era relatada. A narração em primeira pessoa também era muito divertida.
-Como se sente ao ter suas obras escolhidas pelo Prêmio PNLD?
Fico muitíssimo feliz por ter meus livros escolhidos pelo PNLD literário. Por ter sido uma criança que lia de forma compulsiva, sei da importância do investimento em literatura nas escolas. Uma criança que lê tem um universo à disposição. A literatura só proporciona benefícios, como o desenvolvimento da imaginação e do sentimento de empatia, portanto é fundamental que haja incentivos sérios nessa direção. Recentemente, houve uma reposição significativa do livro “Rita Varmel à procura do Rusdimepe” pelo PNLD, o que é um excelente sinalizador da aceitação da obra. Além dele, mais dois livros meus foram aprovados pelo PNLD 2022, e o segundo volume de Rita Varmel foi inscrito para o PNLD 2024.
-Que outros prêmios ganhou em sua carreira?
Em 2006, ganhei um concurso para a descoberta de novos talentos em teledramaturgia, e, a partir daí, comecei a escrever novelas. Ganhei também dois prêmios internacionais com uma dessas novelas. Escrevi e dirigi a peça teatral “The plausible possibility that part of me remains, even in a massively frivolous world”, selecionada para o Samphire Festival, na Inglaterra, e encenada por atores ingleses. A inspiração para esta peça foi o trabalho do artista plástico britânico Damien Hirst.
-Atua há quanto tempo na literatura?
Meu primeiro livro foi lançado em 2003 – há vinte anos, portanto. Mas escrevo desde que me entendo por gente. A partir do momento que aprendi a ler e a escrever, nunca mais parei.
-Quantas e quais telenovelas já escreveu?
Escrevi “Amor e Intrigas”, “Bela, a feia” (versão brasileira de Betty, a feia) e “Balacobaco”.
-Quantas obras tem publicadas?
Tenho três livros publicados, mais três a serem lançados no próximo ano.
-Projetos futuros? Conte um pouco pra gente!
Tenho vários projetos encaminhados, mas ainda é cedo para falar sobre alguns deles. Na literatura, serão lançadas mais três obras minhas em 2024.
“Rita Varmel à procura do Rusdimepe”
Autora: Gisele Joras
Editora IBEP - selo da Companhia Editora Nacional
Páginas: 318
Preço: R$ 49,90
Sinopse:
Rita Varmel está cansada de sempre passar as férlas em casa, no maior tédio. Até que um dia ela vê um menino voando no céu e seu mundo vira de cabeça para baixo. Bruno Átimo, o garoto voador, a leva para o Vale Secreto, um lugar habitado por criaturas fantásticas. Lá, Rita conhece um orfanato de super-heróis, faz amizade com um pégaso cintilante e é acolhida por uma misteriosa família de vampiros que mora no meio da floresta.
No entanto, nem tudo no Vale Secreto é feliz e encantador. Litúni, uma sombria figura de identidade desconhecida, há alguns anos utilizou um raro metal chamado rusdimepe para exterminar todos os super-heróis, inclusive os pais de Bruno.
O problema é que Litúni parece estar de volta, e tudo indica que deseja terminar o que começou.Será que o suspeito está mais perto do que Rita imagina? Em quem ela pode realmente confiar?
Enquanto procura resolver essas charadas, o perigo se aproxima a cada dia e, ao tentar proteger os heróis órfãos, Rita vai viver grandes aventuras e descobrir o valor da verdadeira amizade.
Sobre Gisele Joras:
Gisele Joras nasceu no Rio de Janeiro. É formada em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula e cursou Literatura Inglesa na Birkbeck University of London. No teatro, escreveu e dirigiu uma peça apresentada no premiado Samphire Festival, na Inglaterra. É roteirista e escritora. Na televisão, foi autora de três novelas e venceu um concurso para descoberta de novos talentos em teledramaturgia.
fonte: MNyemier
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