Eu gosto muito de descobrir e apoiar talentos nacionais, então, optei por ler um autor da Novos Talentos da Literatura Brasileira (selo da editora Novo Século) com algum tipo de assunto que me interessa. Sendo assim, escolhi Monstruário - O Bestiário da Maldade, de Renato Zupo, que me chamou atenção pela sinopse:
Nestes anais da maldade humana, conheça o maníaco do achado, que mata por inveja aqueles que vê bem-sucedidos e felizes. Veja como uma criança pode ser mortalmente perversa e como um homem é jogado injustamente atrás das grades simplesmente porque ama a mulher errada. Confira como é perigoso se casar com sua própria nêmeses e aprenda que o ódio supera guerras e décadas de silêncio.
Estas e outras histórias compõem este bestiário da maldade, repleto de monstros que — assustadoramente — podem ser nossos vizinhos, parentes e amigos. Porque o mal, diferentemente do bem, é muito fácil de ser encontrado.
Sete histórias, sete tragédias da perversidade humana entremeadas, em um estilo urbano, direto, contundente. Um soco no estômago dos leitores de coração fraco. Nunca a perversidade que habita as mentes mais torpes esteve tão próxima do cotidiano das pessoas. Homicidas, serial killers, assassinos passionais e muito, muito ódio. Cuidado. Os monstros urbanos aqui dissecados podem estar bem ao seu lado.
Resenha:
Na verdade, são oito (8) contos (e não sete) que nos mostra a história de um assassinato. Cada conto, um assassinato diferente.
Tudo se passa em Belo Horizonte nos anos 1980. Mesmo com um assassinato diferente em cada conto, os policiais e investigadores são os mesmos.
Acho meio pesado contar os temas aqui, pessoas sensíveis podem não se sentir confortáveis. Basicamente, um tipo de morte aconteceu, e a polícia vai investigar. Em todos os casos, os motivos do assassinos são puramente egoísmo.
Notei que o autor gosta de nomes esquisitos, exemplo: Ermógenes! Nunca tinha visto esse nome antes na vida! E também de usar muitas palavras rústicas, ou gírias dos anos 80 que eu nem sequer sei o que é. Um exemplo foi "janota", fui pesquisar e significa: "quem chama a atenção pela elegância". De qualquer maneira, não vem ao caso.
Uma coisa que me incomodou demais no livro, foi o jeito como ele descreve as mulheres. Sempre tem uma conotação sexual quando o autor descreve-as. Tem parte que ele diz que pelo jeito de andar da mulher, dá pra saber se ela (desculpe o palavreado) "gosta de dar muito" ou não. E, toda santa vez que vai descrever uma mulher, são coisas desse tipo. Achei desnecessário, pois não agrega em nada a narrativa e nem aos personagens, que no final das contas, as personagens femininas ser "desse ou daquele jeito" não tem influência alguma no endere da história. Isso me deixou muito nervosa e incomodada, caso o autor leia essa resenha: Renato, por favor, PARE!
Além disso, eu senti um pouco de "encheção de linguiça" nos textos. A curiosidade de desvendar os casos que conseguiu me prender até o final, pois queria saber quem eram os assassinos e os porquês.
Achei um pouco estranho ler esse livro, não é o tipo de livro que estou acostumada, mas valeu a experiência! Só não pela descrição das mulheres. ;)
Resenha por: Juliana Puccia